O Fluminense respira aliviado ao confirmar sua vaga na Série A de 2025. A vitória por 1 a 0 contra o Palmeiras, neste domingo, no Allianz Parque, não apenas garantiu a permanência, mas também simbolizou o impacto do trabalho de Mano Menezes. O técnico imprimiu sua identidade no time, transformando uma campanha que parecia perdida em uma recuperação histórica, digna de admiração.

Quando Mano assumiu, o cenário era desolador: o Fluminense ocupava a lanterna do campeonato com apenas seis pontos. Para efeito de comparação, o Athletico-PR, então quinto colocado, somava 22 pontos na 14ª rodada. Em apenas seis meses, o Tricolor chegou aos 46 pontos, encerrando o campeonato em 13º lugar, enquanto o Athletico acabou rebaixado com 42.

Na coletiva, Mano lembrou com bom humor o conselho de amigos que disseram que ele estava “louco” ao aceitar o desafio. De fato, o Fluminense enfrentava o pior início de sua história nos pontos corridos. Desde sua chegada, porém, o time acumulou a 7ª melhor campanha do campeonato, apesar da pressão que cercava o clube.

A assinatura de Mano na vitória contra o Palmeiras

O triunfo sobre o Palmeiras ilustra perfeitamente o estilo de Mano Menezes. Especialista em jogo de transição, ele aproveitou a necessidade do adversário de buscar o resultado para explorar os espaços deixados. O gol de Kevin Serna foi o exemplo claro: após roubar a bola no campo de defesa, o Fluminense acelerou em poucos passes, e o colombiano mostrou talento ao driblar dois defensores antes de finalizar no canto de Weverton.

A defesa do Fluminense também foi impecável. Estevão, principal criador do Palmeiras, foi bem neutralizado pela marcação firme de Gabriel Fuentes e pela trinca de volantes formada por Martinelli, Lima e Nonato. A equipe paulista, reduzida a cruzamentos ineficazes, não conseguiu impor seu estilo avassalador. O goleiro Fábio, por sua vez, teve uma tarde tranquila, precisando realizar apenas uma defesa difícil.

A ausência de Paulo Henrique Ganso na escalação inicial gerou questionamentos, mas a escolha de Mano se mostrou acertada. Nonato foi essencial na contenção e na transição ofensiva, contribuindo para a solidez do esquema reativo.

Mais que uma vitória, uma lição

A permanência na Série A evitou o que poderia ter sido um dos maiores vexames da história do futebol. Em 2024, o Fluminense se tornou campeão da Libertadores, mas viu sua campanha no Brasileirão flertar perigosamente com o rebaixamento — um contraste que seria inesquecível pelos motivos errados.

Apesar do alívio, a temporada deixa lições. O torcedor, que lotou o Maracanã e manteve uma média de público acima do campeonato, merece mais do que uma campanha irregular e o sufoco da luta contra o rebaixamento. O clube precisará de mudanças para 2025, em especial diante do avanço das SAFs e da crescente competitividade no mercado.

Além de disputar o Mundial de Clubes, o Fluminense garantiu vaga na Copa Sul-Americana. Contudo, é preciso evitar que o próximo ano seja mais uma luta para sobreviver. O Tricolor deve trabalhar para voltar ao protagonismo, tanto no Brasil quanto na América do Sul.